
FRAGMENTOS PARAFRASEADOS NO VENTO
Desafio de ficar em pé. Colecionando memórias. A arte feita pela Zizi me ajuda a receber minha fúria. Que segundo a numerologia, o 22 apresenta um dos números mestres. Saudades? Que medo! Que susto! O desenho como rastro, fazendo ruptura ou rasgão, em forma de dilaceração. Sem Título, era uma forma de distração aleatória. Como um olhar para além da cor suspensa, num jardim remoto. É somente quando sonho que posso nascer o melhor de mim. Travessias sem fim. Tirar a cor do touro. Sentia-me deliciosamente longe. Ah, sei não ... Acho que nada tem jeito certo, um só jeito, um só senso, um só sentido. O trabalho dos dias. Minha vida está nos meus versos. Declara-se proprietária de mim, o alívio. A memória parada aceita três vezes ao dia. Para apagar as evidências que a cidade, dia após dia, desiste. Queria que o vento estivesse aqui. A tontura do tempo. Permanecer, porém desertar. A questão é que ... Eu não sei ... Quantos desertos existem na vida. Todas as melhores memórias estão aqui. Chegamos a um patamar terrível e não há nenhuma tendência de cair. Voltado para experimentos impressos. Impurezas extraordinárias. O quarador de imagens. Notas sobre a alegria. Fundamental, não sei se faço disso a minha paz que o meu desespero maior... Habitar-se: uma relação incorpórea com a argila. Respeitar a queda. This still life. Le reconoci a mi propia alma. Sem trama e sem final. Laboratório de reticências da criação. Como é a passagem do ato de escuta para o ato de traduzir em texto o que foi escutado?
Escrito por Rosilene Souza
Belo Horizonte - MG
Publicado em abril de 2021






